Cultura da infância pode ser definida como as diversas formas com que crianças desenvolvem habilidades que serão usadas na vida adulta. Segundo Ana Claudia Leite, pedagoga e consultora de Educação e Cultura da Infância no Instituto Alana, existem três subdivisões:
Primeiro, são as narrativas e percepções culturais criadas pelas crianças, através de desenhos, fala, esculturas ou brincadeiras. O segundo é o patrimônio cultural da infância, que consiste em elementos repassados entre gerações, voltados para o público infantil. Exemplos são cantigas, histórias, brincadeiras e canções.
Por fim, o último item se define como “produções de teatro, de artes plásticas, de shows, de músicas que têm um caráter cultural, de uma experiência artística, e não de um consumo”, conforme exemplificado por Leite.
Esses aspectos devem ser bem desenvolvidos para garantir uma vida adulta saudável e incentivar a imaginação e expressão das crianças.
A cultura da infância no Brasil
O principal local em que a cultura da infância se desenvolve no Brasil é na escola. Os alunos desenvolvem obras e percepções, conhecem cantigas e brincadeiras populares e têm contato social com outras crianças e adultos.
Dentre os elementos que fazem parte da cultura da infância no Brasil, temos: lendas do folclore brasileiro (Cuca, Saci Pererê, Curupira), cantigas de roda (Ciranda Cirandinha, Borboletinha, A Barata Diz Que Tem) e brincadeiras (passa anel e peteca).
O conhecimento e prática desses aspectos são direitos das crianças e estimulam seu aprendizado e comunicação.
O que diz a lei?
No Brasil, há o Estatuto da Criança e do Adolescente, que assegura o direitos e deveres das crianças. A Constituição Federal, no artigo 227 também aborda tal questão:
“É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
Além do próprio direito à cultura citada na Constituição, o artigo 16, IV, do ECA prevê que “o direito à liberdade compreende os aspectos dentre eles: brincar, praticar esportes e divertir-se”. Ou seja, as crianças brasileiras têm o direito de exercer sua própria cultura da infância através de brincadeiras, educação e lazer.
Carrinho Fantástico: rumo ao incentivo à cultura
O Carrinho Fantástico é uma biblioteca itinerante comunitária, feita através da adaptação de um carrinho coletor de lixo. A estrutura também pode ser modificada para se transformar em um palco para apresentações musicais e teatrais, sendo sua escolha simbólica para ressignificar o carrinho, que é um instrumento de trabalho para muitos moradores da Vila Torres, onde se encontra a Passos da Criança, organização da sociedade civil que desenvolveu o projeto.
O principal objetivo do Carrinho Fantástico é percorrer o território da comunidade, promovendo ações artístico-culturais, em especial para o público infantil, auxiliando assim no desenvolvimento da cultura da infância das crianças que habitam a Vila Torres.
O evento será realizado no dia 14 de maio. Dentre algumas das atrações estão: doação e empréstimo de livros, espetáculos teatrais e musicais e contação de histórias. Traga a família e venha celebrar com a Passos!