O Dia do Orgulho LGBTQIA+ é celebrado mundialmente no dia 28 de junho. Essa data marca um episódio ocorrido em 1969, em Nova York, no bar Stonewall, local frequentado por gays, lésbicas, bissexuais, travestis e drag queens que reagiram a uma série de batidas policiais violentas realizadas no local, sempre motivadas pela intolerância. Conhecido como “A Revolta de Stonewall”, esse movimento inspirou várias cidades do mundo a celebrarem o Dia do Orgulho LGBTQIA+.
Mesmo sendo um dia marcado por lutas e muitas falas importantes, aqui no Brasil não se tem muito o que comemorar. Estamos no topo entre os países que mais matam a população LGBTQIA+ no mundo. Além disso, no último ano houve um aumento de 16% na vulnerabilidade social da população LGBTQIA+ e 55% desta população sofreu também uma piora na saúde mental durante a pandemia.
Nesse último ano de situação pandêmica, dois fatores colaboram para a piora da saúde mental da população LGBTQIA+ segundo a pesquisa: a distância das relações mais próximas, devido ao isolamento, e a escassez na ajuda profissional. Além disso, também houve um afastamento de redes de apoio e diminuição na perspectiva de novas conquistas.
Vulnerabilidade Social e desemprego
Milhões de vidas foram afetadas pela COVID-19, mas marcadores sociais como a sexualidade agravam ainda mais a situação. Segundo levantamento feito pelo coletivo #VoteLGBT em parceria com a Box1824, especializada em pesquisa de mercado, o prolongamento da crise da Covid-19 ao longo de 2021 vem agravando também a situação financeira das pessoas LGBTQIA+.
A insegurança alimentar – falta de acesso regular a alimentos e itens essenciais – atinge 41,5% dessa população, chegando a 56,8% entre pessoas trans. O estudo identificou ainda que 6 em cada 10 pessoas LGBTQIA+ tiveram diminuição ou ficaram sem renda por causa da pandemia. A taxa de desemprego entre esse grupo é de 17,1%, subindo ainda 20,4% entre pessoas trans.
Para Kennedy Pierri, dançarino e coreógrafo parceiro da Passos da Criança, o preconceito alarmante no Brasil dificulta a entrada de LGBTQIA+ em instituições de ensino e, consequentemente, no mercado de trabalho. “As políticas de inclusão são muito baixas dentro das empresas, por isso existe um número tão grande de pessoas desempregadas neste grupo. Normalmente o perfil procurado é heteronormativo”, defende Kennedy.
Kennedy diz ainda que a comunidade sofre muita exclusão social e econômica. “As pessoas não entendem que somos humanos da mesma forma que uma pessoa cis e que merecemos ser tratados como tal, com os mesmo direitos e oportunidades”.
O dançarino Patrick Alexandre da Silva diz que já se sentiu muito coagido e que a sociedade muitas vezes prefere ignorar as necessidades do grupo LGBTQIA+ e o que se tem a dizer. Ele concorda que existe a exclusão da comunidade dentro de empresas. “O homem hétero geralmente vai ter a primeira oportunidade. O homem ou mulher trans dificilmente vai poder ser quem é dentro da empresa, por mais que se identifique assim”.
Em Curitiba, existem algumas iniciativas de políticas públicas para apoio à comunidade LGBTQIA+, o Kennedy fala um pouco delas. “Temos a APPAD – Associação Paranaense da Parada da Diversidade, a UNALGBT (União Nacional LGBT, a qual sou diretor de comunicação e o Grupo Dignidade para ajuda psicológica e jurídica”.
Se você faz parte do grupo LGBTQIA+ receba nosso afeto e apoio e busque por ajuda se necessário. Se você não faz, espalhe a corrente do respeito, do amor e da tolerância à diversidade! Vamos juntxs construir um mundo mais livre.